Imigração italiana no Paraná

Com a imigração italiana iniciando-se no Paraná a partir do século XIX, nos anos de 1878 em diante, imigrantes oriundos da região do Vêneto na Itália, instalaram-se com suas famílias e seus descendentes, na então distante colônia de Santa Felicidade, em Curitiba.

Nasce uma paixão

Apaixonados por futebol, os membros das famílias Ferro, Muraro, Cuman, Anzolin, Luca, Tulio, Esmanhotto, Zem, Justi, Volpi, Benato dentre outros, eram aficionados pelo futebol. 

Procuravam jogar suas peladinhas de final de semana, no campo do Iguaçu, em Butiatuvinha, e encontravam alguns percalços neste início de suas jornadas no esporte “bretão”

Nas ocasiões, sempre eram preteridos, e só conseguiam fazer parte de alguma equipe em último caso, ou então, quase sempre, ficavam de fora só olhando.

O primeiro campo de futebol

Existia uma certa discriminação para com os “italianos” do Monte Bérico. Diante dessa situação constrangedora, resolveram encontrar um local onde pudessem mostrar os conhecimentos do “cálcio”, sem ter que pedir favores.

Passaram a não mais frequentar o campo dos adversários “lá de cima da Colônia”, e assim montaram seu próprio espaço, ficando mais próximos de suas residências.

Primeiramente usavam o terreno da família dos “Tulio”.

O primeiro time de futebol

Passados alguns anos, surgiu a ideia de formar um time para realizar partidas amistosas com outras equipes, e também ingressar em torneios que começavam a surgir, com a expansão do “football” pela Curitiba.

O nascimento do clube

Assim os jovens se transferiram para o outro lado da rua, e passaram a jogar na chácara do senhor Jerônimo Muraro (pai de Francisco Muraro), que doou parte do terreno para a formação do clube.

Ali, os amigos construíram um novo campinho, sendo que mais tarde, o compraram por 20$000,00 (vinte mil contos de réis).

O primeiro uniforme

 E para desfilar nas competições que surgiam pela cidade, os novos atletas precisavam de uma vestimenta adequada. 

Foi então que o Sr. Bepi Ferro pediu 4$000,00 (quatro mil contos de réis) emprestados, para dona Carmélia, sua esposa, dizendo que precisava ir para o centro da cidade comprar camisas.  

O primeiro uniforme de camisas da história do clube, cujas cores eram vermelho, verde e branco, coincidentemente, eram as mesmas cores da bandeira da Itália.

A escolha do nome

Com a estrutura montada e os uniformes prontos, era chegada a hora de escolher o nome do time.

Como a Europa, e especialmente a Itália, haviam passado pela Primeira Grande Guerra Mundial, a comunidade italiana aqui no Brasil, recebia as notícias do Velho Mundo, às quais relatavam as conquistas e retomadas de territórios de algumas regiões do norte da Itália.

E assim sem algum problema, o nome escolhido foi TRIESTE FUTEBOL CLUBE, devido a canção que o exército italiano adotou na campanha vitoriosa de retomada do país e expulsão do exército Austro-Húngaro do território italiano: “La Campana di San Giusto”, e que os antigos adotaram e cantavam no seu dia a dia aqui no Novo Continente.

Estes fatos ocorreram no início dos anos 1930.

Fundação do Clube

Quando da compra do terreno, no ano de 1933, foi composta uma diretoria para o clube, sendo eleitos José (Bepi) Ferro de Antonio (Presidente), José Ferro de Vitório (Vice), e ainda Evelino Muraro e Frederico Ferro.

Mas somente na terça-feira, 08 de Junho de 1937, foi realizada uma Assembleia que marcou a fundação do clube, com sua primeira ata registrada. O presidente eleito nesta ocasião, foi o sr. Urbano Cuman, juntamente com diversos membros da Diretoria.

Entrada na Federação Paranaense de Futebol

Com o passar dos anos, o Trieste permaneceu a disputar partidas amistosas, e como consequência, alguns torneios não oficiais.

Até que em 1951, o clube filiou-se à Federação Paranaense de Futebol, conseguindo o acesso para as disputas oficiais promovidas pela entidade, naquela época denominada LSC (Liga Suburbana de Curitiba).

O início das competições foram um pouco complicadas para nosso clube, pois na época alguns times amadores de Curitiba se negavam a jogar em Santa Felicidade, alegando que havia dificuldades de locomoção, pelo fato de a “colônia italiana” ser muito distante do centro de Curitiba.

Sugeriram então em reunião, que para que o Trieste pudesse mandar seus jogos em casa, o clube deveria pagar o deslocamento dos outros times até Santa Felicidade, ou a outra opção seria, de sempre jogar fora de casa, no campo dos adversários.

O “Campeoníssimo”

A garra, o suor, as lágrimas e os sorrisos dos jovens “nonnos” que fundaram essa instituição; os antigos e atuais abnegados que mantém a tradição do clube; todas as conquistas no campo de jogo; a grandeza da instituição; as referências de organização e trabalho, além do respeito para com a comunidade, os adversários, atletas, imprensa e pessoas em geral, faz do Trieste Futebol Clube, o verdadeiro “Campeoníssimo”.